sexta-feira, 6 de julho de 2007

Anotações mentais com tinta invisível


Sou um observador atento do cotidiano. (Toca uma campainha. Confetes e serpentinas caem sobrem mim. Uma caixa de supermercado aperece do nada: "Parabéns! Você foi o milionésimo ducentésimo vigésimo terceiro pretenso cronista a se descrever como 'observador atento do cotidiano'". Ainda surpreso com o fato de uma caixa de supermercado ter um conhecimento tão bom de numeração ordinal, penso que nem para ser o milionésimo eu tenho competência.)

Na verdade "observador desmemoriado do cotidiano" me descreveria melhor. No dia-a-dia, eu faço aquelas análises espertinhas, até meio inusitadas, dos acontecimentos, como todo pretenso cronista/observador atento do cotidiano. O problema é que, quando me sento para escrever, não consigo lembrar de quase nada, só das partes que não tem lá muita graça. Uma boa explicação para o fato dos meus textos também não terem. (Novamente, toca a campainha. Mais uma vez, caem confetes e serpentinas. A mesma caixa de supermercado aperece do nada: "Parabéns de novo! Você foi o... Você foi o... O pretenso cronista número dois milhões quinhentos e oitenta e três mil trezentos e catorze a fazer uma piadinha auto-depreciativa." Arrá! Sabia que uma caixa de supermercado não podia manjar tanto de numeração ordinal.)

3 comentários:

ju leal disse...

a primeira a fazer o comentário, será que isso me rende confetes?

Leandro Leal disse...

Cuidade, Ju.
Se você vir uma caixa imaginária, podem pensar que, em vez de terapeuta, você é umas das pacientes.
Beijão!

ju leal disse...

podiamos então trocar a caixa de mercado pelas bexigas imensas com balas, pirulitos e confetes encontradas em festas infantis, assim, quem sabe, se eu achar uma balinha pela rua não estaria tão louca. uhauha