sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Não olhe agora

Todos correram para a janela do escritório, atraídos pelo fenômeno pouco comum: um halo circular com as cores do arco-íris em torno do sol.

A última vez que um desses foi visto foi em outro mundo, pouco antes da chegada de quatro cavaleiros auto-denominados Do Apocalipse.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Mel Gibson, um diretor visceral


Mel Gibson tem milhões de dólares. Mel Gibson tem dois Oscar. E, a julgar pelos filmes que dirigiu, Mel Gibson tem sérios problemas mentais.

Desde que passou para o outro lado das câmeras, o astro de Mad Max – até hoje, sua maior contribuição para o cinema, na minha humilde – revelou gosto pelo sangue de fazer inveja a George Romero e Dario Argento. Transbordando repulsa, suas películas, que só não são catalogadas como de terror por um mero detalhe, superam as fitas do gênero em escatologia. E, para mim, também dão muito mais medo. (Os detratores diriam que isso se deve à sua qualidade, mas meu ponto não é esse.)

Sua primeira aventura na direção, “O Homem Sem Face” não é exatamente uma aventura. Tirando a desfiguração do papel-título, que nem é tão trash assim, não tem nada de grotesco. Enfim, nem sei porque falei dessa bomba. Já na sua segunda incursão como diretor, essa sim uma aventura, o velho Gibson começa a mostrar a que veio. Apesar de um pouco longo demais e mesmo sem ser tão sanguinolento, “Coração Valente” tem boas cenas de porrada e abre o apetite para a hemoglobina que vem a seguir.

No próximo filme, aparece a faceta católica ultra-conservadora de Mel. Fiel seguidor da Bíblia, ele mostra certa obsessão pela parte “o corpo e o sangue de Cristo”. “A Paixão de Cristo” foi boicotado por judeus, evangélicos e críticos, mas só porque o foco deles estava errado. Aqui, o que interessa não são fatos históricos, religiosos ou mesmo a sétima arte. Mesmo sendo tão católico, Mel Gibson não dá pinta de gostar muito de Jesus. Parece extrair prazer do martírio do Messias, da coroação com espinhos ao açoitamento, detalhados com requintes e, claro, muito sangue. Ao fim, temos a impressão de podermos fazer o que quiser sem o risco de ir para o inferno. Sim, porque Cristo sofreu por nossos pecados, e, se sofreu daquele jeito, qualquer pecado já está mais do que previamente perdoado.

Confesso, ainda dou certa importância para as bobagens que os críticos escrevem. Avaliações negativas me fizeram esperar quase dois anos para ver “Apocalypto”, último longa de Gibson. E, mais uma vez confesso, se não estivesse passando ontem na televisão, esperaria mais. Já que estava passando, resolvi saciar a curiosidade despertada por frases como “o pior filme que já vi”, ditas por amigos. Sem pagar nada, me propus a ver se o trono de “Inesquecível” (com Murilo Benício e grande e mal dirigido elenco) estava ameaçado. Não estava, nem de longe. A história do índio que escapa do massacre da sua tribo e do sacrifício num ritual maia é legal, embora não chegue a ser uma obra de arte. Se fosse, com certeza seria uma de Goya. A seqüência do ritual de sacrifício dos amigos do protagonista é emblemática: vemos três corações pulsantes sendo arrancados e o mesmo número de cabeças decepadas, como se já não tivéssemos entendido na primeira. Didática pouca é bobagem.

No fim das contas, “Apocalypto”, o ápice da cinematografia coagulada de Gibson, é um filme bem divertido. E foi essa conclusão que me levou a reavaliá-la. Pode-se dizer que Mel Gibson faz um cinema visceral.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

2/1

Saiu de uma cabine telefônica como entrou. Foi quando descobriu que não era a identidade secreta de nenhum super-herói.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Carpe o quê?

Ao passar pela fresta, o primeiro raio de sol atingiu seu rosto e o fez acordar. O indício de um dia radiante, a ser aproveitado ao máximo. Ou sinal de que a cortina que tinha comprado era menor que a janela?