quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Este cara sou eu

Tenho este Anotações Mentais há seis anos, antes mesmo de possuir um perfil no Facebook – acho que, em 2007, pouca gente fora de Harvard tinha. Só na semana passada, porém, criei uma fanpage na rede social do Zuckerberg para promover o blog. Você, provavelmente, sabe disso. Você, mais provavelmente ainda, só chegou aqui por meio da tal página. Por isso, eu agradeço ao Mark. Obrigado, Mark. 

Além de você, outro reflexo do Facebook neste blog é a frequência dos textos. Nunca na história desta pequena publicação digital, o espaço entre as postagens foi tão pequeno. Quer dizer, para falar a verdade, foi sim, no princípio, quando comecei a escrevê-lo, em Portugal – era a empolgação do início, a mesma que faz o sexo ser mais repetido e intenso no começo das relações. Nesse sentido, a fanpage teve sobre o blog o mesmo efeito de uma segunda lua de mel. Desse mesmo fôlego renovado, veio a vontade de fazer uma ilustração para o blog e para a fanpage. Que servisse também como avatar para a segunda mídia. E sim, é um autorretrato. 

Além de escrever, talvez você saiba, gosto de desenhar. Insisto nestas duas atividades desde sempre, mesmo desde sempre duvidando que tenho talento para qualquer uma delas. Sou dessas pessoas multitarefa, o que a rigor quer dizer que faço várias coisas, e todas mal. Piadinhas autodepreciativas à parte, embora veja certo mérito nos meus Mal Traçados Traços (nome engraçadinho que dei à minha página de desenhos), reconheço que nunca consegui me desenhar de forma decente. As canetadas finais nos meus autorretratos invariavelmente são acompanhadas pela paráfrase do Roberto Carlos: “este cara não sou eu”. Se você me conhece pessoalmente – ou se viu uma das minhas fotos por aí – também deve ter dito o mesmo, trocando, obviamente, o “sou eu” por “é o Leandro”. 

Ciente desta minha limitação artística, em princípio, quando comecei esta arte, a intenção não era me desenhar. Mas, quando dei por mim, o cara no centro da folha,  imerso entre personagens-pensamentos que remetem às minhas anotações mentais, era eu. Afinal, quem faz as tais anotações sou eu. Pode ser um eu inconscientemente melhorado, quem sabe, menos cabeçudo, mas sou eu. Pelo menos, a camisa dele é igualzinha a uma que tenho. 


Este não é, aliás, o único autorretrato que você encontra por aqui. Todos os textos postados, desde de 2007, são, de certa forma, autorretratos. E não apenas os mais pessoais. Tudo aqui é um reflexo do que penso, do que gosto, do que sinto, do que observo e como observo. E, ao contrário das tentativas de transpor minhas características físicas para o papel, estou certo: o que escrevo me retrata bem. 

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