quinta-feira, 18 de maio de 2017

Meu livro preferido

Se perguntassem agora, diria: meu livro preferido é "Primeiro, o amor, depois o desencanto (e o resto de nossas vidas)", do Douglas Coupland. E diria isto antes mesmo de terminar a leitura das pouco mais de 200 páginas de contos curtos compostos por parágrafos igualmente resumidos, entremeados por singelas ilustrações. Se ainda não cheguei ao fim deste pequeno livro, é menos pela falta de tempo do que pela vontade de continuar lendo ao máximo possível.

Escritor, escultor e filósofo, Coupland é responsável pela expressão Geração X, título do livro que fez sua fama e nomeou os nascidos pós baby boom, entre o começo dos anos 1960 e o final dos 1970. Neste que leio, publicado em 1994 e batizado originalmente como "Life After God" (talvez escolhido pelo apelo sentimental, o título da edição nacional é um trecho de um dos contos), Coupland faz a dita autoficção, em que os limites entre autor e personagem não são claros. Baseia-se em memórias e constatações, numa prosa de muito lirismo e nenhuma firula, para falar de amor, amizade, morte, medo e desilusão -- às vezes, de tudo isso junto. Não são poucas as epifanias e os momentos que centenas de leitores devem ter destacado com marcador de texto.

Sim, dizer que é o melhor que já li é um reconhecido exagero de momento, mas é, desde já, um livro com o qual tenho uma relação íntima. Não me bastou ler a cópia que me foi emprestada, tive que comprar uma para mim -- num sebo virtual, usada; não há edição atual. É um livro para se ter.

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