Tentei me levantar para
correr esta manhã. Consegui. Me levantar, não correr. Já tinha vestido os
shorts, estava com as meias nas mãos, quando a consciência pesou, e voltei para
a cama. Geralmente, ela pesa se não corro, mas hoje não é geralmente. É véspera
do lançamento do meu primeiro livro, e ainda estou me recuperando dos estragos
do carnaval.
Os carnavais no Rio
repetem-se ano a ano, e ainda assim cada um é uma experiência sui generis. O que
também muda com o passar dos anos é minha capacidade de recuperação: nem com a
recente rotina de semi-atleta, meu corpo assimilou melhor a fadiga de materiais
causada por dias de muito álcool e noites de pouco sono. Quer dizer, até
cheguei a pensar que, desta vez, as coisas seriam diferentes. Quarta, no dia
seguinte à volta para casa, tirando algumas dores já esperadas, estava
relativamente bem, tanto que fui à academia e almocei normalmente. Ao chegar ao
meu sofá, no entanto, entendi o pressentimento que me impedia de saborear
devidamente a deliciosa carne preparada pela minha mãe. O peso que senti na
boca do estômago ao deitar diante da TV, em minutos, converteu-se no primeiro
de uma série de quatro vômitos, que se estendeu noite adentro e me impediu de
ingerir qualquer coisa até o dia seguinte.
Ontem, de volta ao
trabalho, a garganta machucada pelo fluxo estomacal me fez incomumente rouco e,
mais incomumente ainda, calado. Como amanhã, por ocasião do lançamento de
"Quem Vai Ficar Com Morrissey?", serei entrevistado na rádio Antena
Zero e vou falar com um monte de gente, achei por bem me poupar também hoje. Afinal,
posso me recuperar desses dias sem exercício, já com os danos causados pela
perda de voz amanhã, seria bem mais complicado.
Aparece lá amanhã, no
Espaço Cultural Antena Zero (Galeria Ouro Fino, Rua Augusta, 2690, loja 213,
Jardins – SP), a partir das 16:00. A gente troca uma ideia. Minha garganta
promete que vai deixar.
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