quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Serena? Estamos falando da mesma pessoa?


Durante a seminifinal do Aberto do EUA, Serena Williams ameaçou enfiar a bola na garganta de uma juíza que marcou uma pisada dela na linha. Além de ter perdido o jogo, ela foi multada em U$ 10 mil pelo destempero.

(Página Folha Corrida, Folha de S. Paulo, 20/09/09)



De um segundo para outro, o sol sumiu. Sem ter visto nada nos jornais sobre um eclipse, estranhei. A impressa certamente cobriria um evento tão incomum e importante. Ainda mais em Nova York, sobretudo durante o Aberto dos EUA – evento, se não tão incomum, tão importante quanto. Precisei de mais um segundo para saber que estava no único ponto do planeta de onde o fenômeno podia ser assistido, e que nem as maiores autoridades astronômicas poderiam prevê-lo.

Bloqueava o sol não a lua, mas um astro de primeira grandeza. Quase três metros e aproximadamente 280 quilos, Serena Williams, veio em minha direção. Tomada pelo pânico e pela surpresa, não pude divisar de pronto as feições da multicampeã. Com a fúria de um cometa de filme-catástrofe, a irmã de Venus veio declarar o meu apocalipse pessoal. Ela se aproximava e, junto, o meu fim.

Como um lúcifer, vociferava. Cuspindo labaredas, chamuscavam meus cabelos suas reclamações sobre um suposto erro. Mas, enquanto ela falava, as palavras que eu ouvia eram outras. As primeiras de meus filhos, o sim do meu marido. (Ao presenciar o fim iminente, todos contemplam o filme de suas vidas.) Entre as gentilezas da jogadora, soube depois, estava a oferta de uma bola pela minha goela abaixo. Só não aceitei porque, como disse, não ouvi. Não haveria nada com que eu não concordasse, posto daquele modo tão amável.

Passado o apuro, fui para casa. Lá, não tinha ideia do que fazer para o jantar. Enquanto pensava, liguei a TV. No noticiário, os detalhes e as palavras que tinham me escapado. Aí, Serena me ajudou a decidir o cardápio da noite.

8 comentários:

criança disse...

É até difícil comentar. Abstrato, não?
Ou vai ver que sou eu... sei lá...

O negócio é que "Serena ROCKS!!!"

rs

Leandro Leal disse...

Primeiro, fico muito feliz com a assiduidade do público infantil no blog. É bom criança gostar de ler. Antes, era Coleção Vagalume, depois, Harry Potter, agora, Anotações Mentais. Percebe-se uma nítida e progressiva queda na qualidade do que a infância lê, mas eu, como nada tenho a ver com isso, fico feliz.

Sobre a Serena, ainda bem que ela não sabe português (e nem deve fazer ideia do que é isso). Eu que não queria aquela gentil criatura indisposta comigo.

criança feliz disse...

Depois que vi as fotos da Xuxa na playboy, depois que decobri que o boneco do Fofão é assassino e depois que entendi que o menino do Harry Poter é viado, estou quase desistindo de ser uma infante anyway.
hm...Será que a playboy da Xuxa acrescentaria mais conteúdo para a minha formação do que o Anotações Mentais?

Leandro Leal disse...

A Playboy da Xuxa representa a perda da inocência. Aqui, é bem ao contrário: é o resgate dela. Você, por exemplo, não se sente muito mais poliana?

Poliana disse...

isso aqui virou um chat?

rs

Leandro Leal disse...

Viraria um chat se eu respondesse esse último comentário. Ops.

Pri disse...

Adorando o texto e mais ainda os comentários...haha!!

Leandro Leal disse...

Oi, Pri.

De um jeito ou de outro, o importante é quem acessa o blog se divertir. :-)