segunda-feira, 2 de março de 2009

God only knows

Casal jovem, subempregado – ele constrói piscinas e ela é faxineira –, mora com as duas filhas pequenas num trailer estacionado no quintal da mãe dela. São pobres, muito pobres, mas felizes. Eis que, um não tão belo dia, suspeitando estar novamente grávida, ela vai fazer exames. O resultado não poderia ser mais negativo: um tumor inoperável lhe deixa apenas dois meses de vida restantes. Ela não se desespera. Abnegada, faz uma lista de providências para que sua família tenha uma boa vida sem ela – arranjar uma nova esposa para o marido, por exemplo. Abnegada mas nem tanto, resolve também ter experiências que a precocidade roubou dela, como beber e fumar irresponsavelmente e, sim, se apaixonar por outro homem.

Ao contrário do que parece, “Minha vida sem mim” (título que resume bem o filme) não é um dramalhão brega. Produção independente, o filme é recheado de detalhes cool, como o fato da protagonista ter conhecido o marido no último show do Nirvana, cantar para ele “God Only Knows”, a cabeleireira fanática por Milli Vanilli e, olha lá, a Debbie Harry (Blondie) no papel da mãe da coitadinha. Mas, mesmo não sendo tão dramalhão assim, é um drama. É triste paca.

Agora, as perguntas: por que esse filme estava passando no Telecine Light, um canal supostamente dedicado a filmes água com açúcar? Por que na manhã de um domingo ensolarado? E por que eu, que já tinha assistido, não mudei de canal?

6 comentários:

Rogério Duarte disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rogério Duarte disse...

Beleza de texto, Leandro! Se puder, dá uma olhada nas minhas anotações mentais, que agora jogo na internet: http://restosefragmentos.blogspot.com

Rogério, que escreve com o Barizon, na Identidade Musical

ju leal disse...

agora eu quero ver esse filme, com chuva, com brigadeiro, com lagrimas, já quase chorei no seu texto, imagina no filme... ai ai ai primo...

ju leal disse...

agora eu quero ver esse filme, com chuva, com brigadeiro, com lagrimas, já quase chorei no seu texto, imagina no filme... ai ai ai primo...

Leandro Leal disse...

É, Ju, tem que ver em dias assim mesmo. Se for um dia ensolarado, o melhor a fazer é sair pra tomar uma cerveja, ou, pelo menos, um pouco de ar.

Anônimo disse...

Sim, provavelmente por isso e