quinta-feira, 15 de maio de 2008

Pária

Bêbado e cansado, a testa encostada no frio azulejo do banheiro do boteco, à procura de um ponto de apoio num mundo que insistia em rodar. Os pontos entregues, tudo o que desejava era o calor da cama. A sua, não aquela para onde voltaria. A que passara a ser dele, não a aceitava como tal. O novo leito não era seu, nem de ninguém. Era mais frio que o azulejo onde encostava a testa. Não tinha para onde voltar. Sentindo o mundo girar com ainda mais intensidade, desistiu de procurar por pontos de apoio. Sabia que não encontraria nenhum.

2 comentários:

Anônimo disse...

que coisa triste meu velho; e bonita!

Leandro Leal disse...

Valeu, Rogê!